Buscar em todo o site

Somente em agenda

Somente em comissões

Somente em galerias

Somente em publicações

Somente em setores

Somente em subseções

Somente em TED

Justiça do Norte à frente de projetos de combate ao trabalho infantil

Página Inicial / Justiça do Norte à frente de projetos de combate ao trabalho infantil

Na Região Norte do país, magistrados tomam à frente em projetos sociais para combater o trabalho infantil degradante, realidade que assola 311 mil crianças e adolescentes da região amazônica. Eles estão empenhados, ainda, em recuperar jovens infratores e oferecer oportunidades para crianças que vivem em abrigos.

As iniciativas dos juízes foram apresentadas durante o workshop “Um debate sobre a proteção integral da infância e da juventude”, nesta terça-feira (19/6) em Belém/PA, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O workshop de Belém é o terceiro evento realizado este ano com o objetivo de colher sugestões para melhoria do Cadastro Nacional da Adoção (CNA), do Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA) e do Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL). O primeiro workshop ocorreu em Maceió/AL, em abril, durante o XX Fórum Nacional da Justiça Juvenil (Fonajuv) e, o segundo, no Rio de Janeiro/RJ, em maio, como parte do III Encontro Nacional da Justiça Protetiva.

Combate ao trabalho infantil no Pará
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2,6 milhões de crianças entre 5 e 17 anos têm trabalho infantil degradante, sendo que 70 mil têm de 5 a 9 anos, faixa etária em que o índice de trabalho vem aumentando nos últimos anos. Na Região Norte, 311 mil crianças e adolescentes possuem uma rotina pesada de trabalho – 168 mil somente no estado do Pará.

Com base nesse panorama, a desembargadora Maria Zuíla Lima Dutra, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Pará e Amapá), fez o projeto “Não ao trabalho infantil e sim ao direito de sonhar”. A princípio, ela identificou que, de 216 mil alunos de 6 a 16 anos, de escolas públicas de 33 municípios do Pará, um quarto deles são trabalhadores infantis – não entram, nessa conta, menores que possuem contratos de aprendiz em empresas. Dos trabalhadores infantis no estado, a renda obtida por 76% deles contribui diretamente na manutenção da família. Além disso, 93% dos casos de evasão escolar está relacionado ao trabalho infantil. “Queríamos aprofundar nosso conhecimento para poder agir”, conta a desembargadora Zuíla.

O projeto conseguiu reunir mais de 100 voluntários, chamados de “padrinhos cidadãos”, que apadrinham duas mil crianças e adolescentes que trabalham ou estão em situação de extrema vulnerabilidade. “O padrinho passa a acompanhar aquela criança e muitas vezes também a sua família, para dar formação adequada educacional e cultural e fazer com que aqueles que efetivamente precisam trabalhar o façam por meio da Lei da Aprendizagem, que lhes garante a manutenção na escola”, disse a desembargadora.

Em uma peregrinação por empresas de médio e grande porte do estado, a desembargadora obteve a parceria de 150 delas na contratação de jovens aprendizes e, atualmente, mais de 300 adolescentes que trabalhavam em situação degradante e estavam prestes a deixar a escola foram inseridos nessas companhias por meios de contratos de aprendizagem. “Um dos trabalhadores infantis, que vendia bombons nos faróis, hoje é um aprendiz no próprio tribunal”, conta a desembargadora.

Recomeço para jovens infratores de Macapá
Ao assumir a Vara de Execução de Medidas Socioeducativos de Macapá/AP, o juiz Luciano de Assis se deparou com uma situação difícil: 120 adolescentes internados em apenas 44 vagas no Centro de Educação Socioeducativa de Internação (Cesein) em condições sub-humanas e rebeliões sendo contidas pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE). “Havia um surto de escabiose e não havia recursos para o fornecimento do medicamento, que custa R$ 3,00. Fossas transbordavam dentro da unidade e um adolescente me pediu para ser transferido para a cadeia comum, para ter direito a banho de sol diário, já que na unidade isso era possível somente a cada quatro dias. Eu me senti no Carandiru”, disse o juiz Assis.

Apesar da situação calamitosa, o juiz percebeu que o problema fora do sistema socioeducativo era ainda maior, alimentando um ciclo de crime. De acordo com ele, os mais de 300 adolescentes no regime de semiliberdade e mais de 200 em regime de liberdade assistida e prestação de serviços possuem um nível de escolaridade muito baixo, não estavam estudando e nem trabalhando, propensos à violência e às drogas.

Com objetivo de oferecer atividades profissionais a estes jovens e quebrar esse ciclo, o juiz propôs ao Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) o projeto “Um parque em meu caminho”, que aproveita a estrutura da Fundação Parque Zoobotânico de Macapá. Os cursos são oferecidos aos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas de prestação de serviços à comunidade e, em alguns casos, cumuladas com liberdade assistida. O tribunal arca com a despesa de manutenção, alimentação e transporte e, atualmente, são 180 adolescentes contemplados que, além de cursos profissionalizantes, realizam atividades como aulas de violão e esportes, além de se tornarem orientadores de trilhas no parque e atuarem na limpeza e conservação do mesmo.

Na primeira fase do projeto, os adolescentes assistiram a palestras sobre ética e cidadania. “Na primeira vez, apareceram seis jovens sob efeito de maconha. Ao invés de excluirmos, nós acolhemos e, hoje, eles são exemplos para os demais”, conta o magistrado.

Algumas atividades foram estendidas aos jovens que cumprem medida de internação – hoje, o sistema comporta 70 adolescentes, dos quais, de acordo com o juiz, apenas 12% ainda se encontram “revoltados” e não participam das atividades.

Apadrinhamento afetivo em Rondônia
Desde 2014, o projeto “Apadrinhando uma história”, idealizado pelas equipes do 2º Juizado de Infância e Juventude de Porto Velho/RO, vem mudando a realidade de crianças que moram em abrigos e possuem poucas possibilidades de adoção por terem mais de sete anos. O projeto, que prevê três modalidades de apadrinhamento – afetivo, provedor e prestador – começou em Porto Velho e se expandiu para outras cidades de Rondônia como Buritis, Pimenta Bueno, Guajará-Mirim, Ji-Paraná e Espigão do Oeste.

“Muitas vezes as pessoas querem ajudar e não sabem como. Por meio do projeto, as pessoas podem se sentir úteis na sociedade, desempenhando um papel importante na vida de uma criança ou adolescente carente”, disse o juiz Áureo Virgílio, auxiliar da Corregedoria do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO).

De acordo com o juiz, o carro-chefe do projeto é o apadrinhamento afetivo, pelo qual há convivência do padrinho com a criança. “Esse apadrinhamento abre a porta para que a criança construa novos vínculos e adquira novos conceitos que vão refletir positivamente em seu futuro”, disse o juiz.

Há uma preparação para o apadrinhamento, tanto dos padrinhos quanto dos afilhados, e é feita a distinção entre apadrinhamento e adoção, para que os objetivos não sejam confundidos. “Após sete anos de idade, a criança em abrigo vê outros serem adotados, mas ela nunca sai de lá. O apadrinhamento melhora a autoestima”, diz o magistrado.

Assista aqui ao vídeo do programa “Apadrinhando uma História”, do TJRO.

Fonte da Notícia: Luiza Fariello - Agência CNJ de Notícias

Mais Publicações

Acessos Rápidos

Nenhum evento próximo encontrado.
Josué Henrique,/ Whatsapp (32172100) responsáveis

69 3217-2099 telefone
Emile Melissa responsável

69 3217-2108 telefone
Jane Paulino responsável

Luana Maia,David Lukas responsáveis

Kea Alexia responsável

Marcelo Marques,Shirley Vasconcelos responsáveis

Irlene França responsável

Marcelo Marques,Shirley Vasconcelos responsáveis

Ivanete Damasceno (Jornalista) responsável

Emile Melissa responsável

Khenia Medeiros,Cristiane Oliveira responsáveis

Dr. Cassio Vidal ,Dra. Saiera Silva responsáveis

Raianne Vitória,Livia Silva responsáveis

69 3217-2101 telefone
Raianne Vitória,Livia Silva responsáveis

69 3217-2100 telefone
Cristiane Lima responsável

Cristiane Oliviera,David Lukas responsáveis

Ana Flávia responsável

69 3217-2108 telefone
Josué Henrique,Filipe Aguiar,3217-2100 WhatsApp responsáveis

Isa Carneiro,Rosa Brilhante responsáveis

Luana Maia,Jéssica Delai responsáveis

69 3217-2123 telefone