O maior encontro jurídico do estado para debater as questões de gênero da mulher na sociedade, a II Conferência da Mulher Advogada de Rondônia, debateu em seu segundo dia, na quinta-feira (26), o empreendedorismo e a carreira jurídica. O painel, presidido por Aline Cristina Faedo, membro da Comissão da Mulher Advogada da OABRO, destacou a atuação da advocacia no mercado de trabalho.
Márcio Melo Nogueira, secretário-geral da OABRO, abordou o tema das competências essenciais para a advocacia do futuro. Para ele, a tecnologia realiza cada vez mais as atividades manuais e repetitivas, para as quais o advogado foi treinado na academia. Nesse processo, é exigido do profissional que esqueça esse método e que faça algo para o qual não foi capacitado. “Essencialmente, o serviço que prestamos à cidadania é olhar nos olhos do próximo, e demonstrar humanidade, de lidar com as emoções daqueles a quem servimos. Essa é a maior competência que um advogado pode ter hoje. Quanto mais nos entregarmos à tecnologia para que ela assuma a repetição, mais inovaremos na advocacia do futuro. Assim, invistam em ser humano e em reconhecer o que tem em si para o bem de sua comunidade”.
Sobre o tema tratado, a debatedora do painel, conselheira seccional da OABRO, Joilma Gleice Schiavi Gomes, questionou sobre as mudanças que a advocacia pode esperar do Poder Judiciário, e quais os nortes para o advogado que quer empreender na carreira jurídica. Para Márcio Nogueira, estar atento à tecnologia é o resumo para as questões, pois ela não retrocederá e é necessário usá-la como aliada.
A segunda palestra do painel foi ministrada pela advogada e consultora em gestão de serviços jurídicos, Lara Selem, que tratou da gestão de escritório. A profissional destacou que empreender, sendo mulher na advocacia, é uma questão de comportamento, onde é necessário traçar planejamento; correr riscos; entender que esse é um ato de muita responsabilidade; e que é necessário correr atrás e aguentar firme nos momentos de crises. Além disso, pontuou que “ser mulher é querer fazer mais, fazer acontecer”, por isso o primeiro ato de humanidade é buscar a inteligência emocional a partir das coisas que acontecem em sua volta. “Não adianta querer lidar com o outro sem saber lidar consigo”. Além disso, o profissional precisa criar sua reputação desde a faculdade, de tijolo por tijolo, abordando integridade, comportamento e conhecimento técnico.
A debatedora Joilma Gleice Schiavi Gomes questionou à palestrante qual o primeiro passo para o advogado que deseja fazer uma gestão estratégica em sua carreira jurídica, quando trabalha em pequenos escritórios. Lara Selem orientou o profissional a olhar as escassezes em seu escritório, para aprender a geri-las e tomar decisões.