A penúltima palestra da II Conferência da Mulher Advogada trouxe para debate o cenário atual e futuro da advocacia, através do painel presidido pela presidente da Subseção de Machadinho D’Oeste, Patrícia Mendes de Oliveira Fortes, que lembrou como “a advocacia é indispensável a administração da justiça”.
Edson Pontes Pinto, mestre e doutorando em direito, tratou da jurimetria e utilização de dados na advocacia. Para ele, não existe pensamento estratégico na advocacia se o advogado não trabalhar os dados que tem em seu escritório, pois a partir dele é possível seguir um caminho de transformação de dado em informação, que gera conhecimento, insight e finalmente a sabedoria. Edson Pinto destacou que se o profissional tiver ferramentas de processamento de dados, para processá-los, começará a dar valor a eles, porque por meio deles é possível obter insights, como descobrir quais os tipos de processos que dão mais trabalho e aqueles que dão mais rentabilidade ao escritório. “Situações como essa melhoram a qualidade de vida do advogado”.
Exercício da advocacia virtual foi o tema da palestra do mestre em Direito e professor, Gleiton Gonçalves de Souza. O profissional enumerou referências de tecnologia que permitem a facilidade do exercício da advocacia com o uso de recursos digitais e online, como o contato com os clientes e com o Poder Judiciário. “É necessário olhar para o futuro e pensar em como vamos fazer a cultura jurídica avançar. Como sermos protagonistas nesse processo evolutivo. Muito disso está disponível gratuitamente e não podemos nos excluir dessa mudança. Precisamos entregar para os nossos clientes experiências humanizadas e com ferramentas atualizadas”.
A advogada, mediadora e especialista em resolução estratégica de conflitos, Dulce Nascimento, abordou a temática da advocacia consensual: formação e desenvolvimento. Para ela, o advogado tem a necessidade de inovar, porque para sobreviver é indispensável à capacidade de adaptação. Inovação não acontece apenas através da tecnologia, significa também ser agente de mudança de si mesmo e enxergar mais a frente para desenvolver habilidades para a consensualidade. “Precisamos ser agentes de mudança e pacificadores sociais. A advocacia é única, mas a forma de exercê-la depende de habilidades e atitudes”. Ela destaca que a advocacia consensual busca um tratamento humanizado para o jurisdicionado. O foco do trabalho do advogado é o ser humano. Trabalhar o problema, o conflito, ou seja, a inter-relação. Para conhecer todos os meios nesse processo é preciso investir dedicação na formação e desenvolvimento em atitudes diferenciadas, e assim tirar um maior proveito de eficiência na atuação.
Regiane Teixeira Struckel, conselheira seccional da OABRO, debatedora do painel, chamou a atenção para a apresentação do quanto o novo causa medo e preconceito de aversão, mas como a jurimetria traz um olhar novo para o trabalho do advogado. Destacou que é preciso inovar sempre e parabenizou a organização da Conferência e as abordagens dos palestrantes.