Faz parte da História o episódio de 8 de março de 1857, quando 129 mulheres morreram queimadas dentro de uma fábrica em Nova York porque reivindicavam condições dignas de trabalho. Vem daí a homenagem às mulheres de todo o mundo no dia de hoje.
No Brasil, apesar dos avanços sociais verificados nos últimos anos, ainda não conseguimos nos livrar da chaga do preconceito que atinge principalmente segmentos mais pobres e minorias, aí incluída diferença entre gêneros.
A violência contra as mulheres é um dos aspectos – sem dúvida o mais covarde e cruel – que sobressai de um quadro cujo pano de fundo é uma forte desigualdade na distribuição de renda e seus reflexos na educação. E mesmo na desigualdade as diferenças se revelam: são as mulheres que recebem os rendimentos mais baixos e estão muitas vezes nas piores condições de trabalho. Também são as famílias por elas chefiadas que estão expostas às condições de vida mais precárias. E o que é pior, são as mulheres as maiores vítimas da violência no próprio lar.
Para quebrar essas barreiras, desafiar convenções, diminuir diferenças, extinguir preconceitos e combater discriminações, a luta precisa ser permanente. Avançar, avançar sempre. As mulheres brasileiras estão dando exemplos de sobra de sua capacidade, seja no trabalho, nos empreendimentos e na política.
Na condição de advogado, não poderia deixar de exaltar a contribuição da mulher advogada e das mulheres de carreiras jurídicas para a organização e mobilização da sociedade civil. Hoje, as mulheres representam mais de 45% das inscrições na Ordem dos Advogados do Brasil e já aparecem em número maior que os homens nas faculdades espalhadas pelo País. O número de alunas do sexo feminino em todo país ampliou mais de 220%, ante um aumento de aproximadamente 165% no contingente masculino.
É reconhecendo esse avanço que a Ordem dos Advogados do Brasil, por intermédio de suas diversas Seccionais e Comissões de Mulheres Advogadas, tem liderado ações e iniciativas visando à promoção da condição feminina, promovendo cursos e discussões onde as mulheres se preparam para atuar politicamente e mostrar seu talento no mercado.
Importante ressaltar que o espaço por elas conquistado resulta de esforço próprio, não de concessões. As mulheres provenientes das carreiras jurídicas se posicionam como batalhadoras incansáveis, competentes e aguerridas, dignas representantes da condição feminina e por esta razão merecedoras de todas as homenagens.