A presidente da subseção de Ariquemes, Marcia Tupan foi a mediadora do painel “Desafios da mulher advogada”, segundo realizado durante a tarde desta segunda-feira (11) no auditório da OAB Rondônia, durante a Conferência Estadual da Advocacia Rondoniense – a CEAR Mulher. No debate estavam a advogada Maracélia Oliveira, a secretária-geral adjunta da OABRO Larissa Rodrigues, a defensora pública Silvia Primila, as conselheiras Solange Silva e Maria Eugênia.
Maracelia Oliveira foi a primeira painelista a debater sobre o que as mulheres precisam enfrentar ao exercer o ofício da advocacia. Entre os desafios está o subjugamento entre as profissionais. “Eu conheço muitas advogadas que optaram por não defender homens e não há mal nenhum nisso. O maior problema é o julgamento entre as próprias mulheres em relação a aquelas que defendem homens. Devemos entender que é o exercício da profissão e todas temos direito a estas escolhas, o que não muda a índole.”
Maria Eugênia é uma das advogadas mais antigas da Ordem. Ao contar sobre sua trajetória, ela explica as dificuldades encontradas ao começar o exercício da advocacia. “Sou negra, vim de Minas Gerais e em algumas causas chegaram a me investigar, alegando que a minha carteirinha era falsa. Estes foram alguns dos desafios enfrentados para que hoje eu seja uma das advogadas atuantes mais antigas deste estado.”
Márcia Tupan, além de mediar, fez um relato a respeito de como a violência interfere no exercício da advocacia. “Precisei abrir mão de uma causa de violência doméstica em que a mulher foi tão influenciada pelo antigo companheiro, que decidiu tentar um acordo em que ela abria mão de grande parte dos seus direitos. Houve também uma perda de confiança no meu trabalho, influenciada por ele, que usava os filhos como escudo. A violência também atinge o Direito, mesmo que de forma indireta.”
O painel foi realizado no auditório da sede da OABRO, onde ocorreu grande parte da programação.