Continuando os trabalhos da sala Raymundo Faoro, o painel “A Mulher Advogada”, presidido pela vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada da OABRO, Brenda Mazullo, e mediado pela conselheira seccional, Helena Debowski, foi o primeiro painel da parte da tarde, logo às 14h30, conforme previsto na programação.
Dando início aos debates, a conselheira federal pela OAB/RS, Clea Carpi, fez um registro de todas as lutas das causas femininas dentro do sistema OAB, nos últimos 10 anos, até chegar a campanha atual encampada pela bancada feminina do Conselho Federal da OAB, que é o projeto “Paridade Já!”, amplamente defendido pelo presidente da Seccional Rondônia, Elton Assis. Clea aproveitou para apelar às advogadas para que tenham confiança e alegria em defender essa justa causa, de peito aberto, no sentido de conquistas ao coletivo. “Unidas venceremos”, conclui.
Veralice Veris, conselheira federal pela bancada de Rondônia, expôs cinco pontos que ela considera essenciais para a “Construção de uma Carreira de Sucesso”: a compaixão – pois na sua visão é preciso amar a carreira, a si e ao próximo por meio das boas relações e da empatia unidos ao ensinamento jurídico; a sabedoria para que se aprenda a tirar proveito de todas as situações adversas; a atitude para obter o reconhecimento aplicando todos os seus conhecimentos e a fé de crer sempre que é possível vencer as demandas, propostas nas ação.
Antes de tratar da “Ampliação das Mulheres na Política da Ordem” Luciana Nopomuceno, conselheira federal pela OAB/MG, fez uma exposição estatística da presença feminina nas últimas eleições e da continuidade da baixíssima representatividade das mulheres na política. Ela defendeu que não se deve pensar só em ampliar os espaços de empoderamento da mulher na OAB, mas em toda sociedade nos cargos de poder, independente de raça, cor, sexualidade.
Para a conselheira, os números em todos os cenários representam o resultado de uma sociedade machista, desigual e fruto da dominação masculina que ainda impõe limites para o papel da mulher na sociedade. Ela explicou que existe um sistema de cobranças que visa a desencorajar as mulheres, lhes atribuindo uma série de culpas em suas atividades familiares sempre que buscam seu espaço de sucesso e poder, o que lhes ocupa tempo para dedicarem-se às funções. Ao final, Luciana conclamou as mulheres advogadas a lutarem pela paridade na OAB e começar a trilhar esse novo cenário de igualdade, na casa da cidadania. “Passou da hora de ampliar o processo democrático. Por uma sociedade menos racista, menos machista, menos desigual, e devemos ser vanguardistas na construção de uma sociedade mais justa e mais igualitária”.
Valentina Jungmann, conselheira federal pela OAB/GO, tratou de todas as particularidades do projeto “Paridade Já!” e justificou todas as correções que a proposta traz em seu bojo, para garantir a igualdade de poder entre advogadas e advogados no sistema OAB, tanto nos cargos de diretoria, como naqueles de titularidade nos conselhos Federal e Seccional.
“Mesmo ocupando quase a metade das inscrições na OAB, as advogadas não representam 30% dos cargos no sistema. A representatividade feminina é diminuta”. Detalhou a conselheira que reforçou que a bancada feminina está atuante para que o sistema eleitoral da OAB tenha regramentos que facilitem cada vez mais o ingresso e disputa de mulheres advogadas nos cargos de presidência nas Seccionais e nos demais cargos.
Ao final do painel, a medidora Helena Debowski fez um breve resumo dos assuntos tratados por todas as painelistas e concordou com as expositoras acrescentado, inclusive, exemplos para ilustrar o painel. A presidente da mesa, Brenda Mazullo, que é jovem advogada, falou que aprendeu muito com as painelistas e muitas coisas vai aplicar na sua rotina ao parabenizar as notáveis mulheres pelas brilhantes exposições.