A tecnologia já é uma realidade no cotidiano da advocacia, e quem não se adapta rapidamente perde espaço no mercado. A inovação tem transformado diversos setores e, no meio jurídico, não poderia ser diferente. A Inteligência Artificial (IA) tem se destacado como uma ferramenta indispensável, capaz de otimizar processos, agilizar tarefas repetitivas e potencializar a atuação dos advogados. Para Márcio Nogueira, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rondônia (OAB RO), a IA não vem para substituir os profissionais, mas para aumentar a sua eficiência e melhorar o serviço prestado.
“A Inteligência Artificial pode otimizar tarefas como pesquisa jurídica e revisão de contratos, permitindo que o advogado se concentre na parte estratégica, no atendimento personalizado e na construção de soluções inovadoras para seus clientes”, afirma Nogueira.
Em sua visão, a OAB tem um papel crucial em capacitar os advogados e ajudá-los a incorporar a tecnologia no dia a dia profissional. A Ordem tem promovido diversas iniciativas, como o lançamento do ADVLab, o primeiro laboratório de inovação da advocacia brasileira, que oferece treinamentos focados em gestão, tecnologia e inovação.
“Estamos sempre buscando maneiras de garantir que os advogados tenham acesso às melhores ferramentas para serem mais produtivos e eficientes. A tecnologia não deve ser vista como uma ameaça, mas como uma oportunidade de ampliar as possibilidades da advocacia”, destaca o presidente.
No entanto, Nogueira ressalta que a principal dificuldade está na mudança de mentalidade, especialmente entre os advogados mais experientes, que muitas vezes resistem à adoção de novas tecnologias. “A adaptação pode ser desafiadora, mas a experiência jurídica somada ao uso estratégico da tecnologia torna o advogado mais competitivo no mercado. É uma questão de aprender a utilizar as ferramentas a seu favor e perceber que a tecnologia complementa, não substitui, o trabalho do advogado”, explica.
Com o aumento do volume de informações e a digitalização do Judiciário, a advocacia enfrenta o desafio de se manter atualizada em um cenário que evolui constantemente. O maior desafio não é a tecnologia em si, mas como ela impacta a maneira como os advogados atuam. Nogueira acredita que o advogado do futuro precisará desenvolver habilidades multidisciplinares, como gestão, marketing digital, inteligência emocional e oratória, além do conhecimento técnico. Ele reforça que a advocacia não é apenas sobre conhecimento jurídico, mas também sobre visão estratégica para se destacar no mercado.
A OAB Rondônia, sob a liderança de Nogueira, também tem se preocupado com a integração da tecnologia ao sistema Judiciário, de forma a garantir que ela não crie barreiras para o acesso à Justiça.
“A tecnologia deve ser um facilitador, e não um obstáculo. A OAB tem atuado para que o uso da IA no Judiciário respeite o protagonismo da advocacia e a presença do elemento humano nos processos. A Justiça precisa continuar sendo feita por pessoas, para pessoas”, afirma.
A transformação digital não é um caminho sem volta, mas para Nogueira, a chave para o sucesso é o equilíbrio entre o uso da tecnologia e a preservação da ética e da função do advogado. A OAB, ao atuar como facilitadora desse processo, busca garantir que os advogados, independentemente de sua experiência, se adaptem às mudanças tecnológicas de forma estratégica, sem perder de vista o essencial: a justiça. Em tempos de constantes inovações, a Ordem continua firme em seu compromisso de garantir que o direito e a defesa sejam sempre conduzidos por um olhar humano, mesmo com o avanço das tecnologias.