A Ordem dos Advogados do Brasil Seção Rondônia (OAB/RO), por intermédio da Comissão Estadual da Mulher Advogada, com muito pesar, compartilha a presente nota pelo assassinato brutal da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Pedro Gomes. Diante de perdas que são irreparáveis, solidarizamo-nos com familiares e amigos, que somam à indignação pela covardia do ato criminoso, a dor de ausências sentidas desde já.
Marielle Franco, mulher, negra e, sobretudo, guerreira, fez história como batalhadora incansável, na defesa dos direitos humanos. Era socióloga e fez mestrado em Administração Pública pela Universidade Federa Fluminense, o que a levou a desenvolver uma prática política sistemática junto a comunidades e segmentos, vítimas de exclusão, denunciando com coragem as violações e arbitrariedades que tanto sofrem.
A sua vida, infelizmente, não poderá ser devolvida, mas deve e merece encontrar, por parte de todos nós, que somos solidários com sua luta, um sentido político maior, que é a preocupante violência diária sofrida pelo povo brasileiro, em especial a da Mulher.
A sua luta foi suspensa, agora, cabe-nos tomar de suas mãos as bandeiras que a violência tentou colocar por terra, e erguer nossos pensamentos, vozes e ações em busca de justiça e paz.
Ao tempo em que se deseja seja garantido a preservação do Estado Democrático de Direito, por meio da plena manutenção das Garantias versadas em nossa Constituição Federal, exige-se que as motivações desta violenta ação contra a combatente Marielle e de seu motorista ainda são desconhecidas, mas, espera-se que haja uma rápida apuração deste crime e que os responsáveis sejam punidos.
A Ordem dos Advogados do Brasil, neste mês de março, no mês da Mulher, cobra das autoridades uma investigação rigorosa, até que todas as circunstâncias desse crime, que alcança também as expectativas políticas de uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva, sejam esclarecidas, reafirmando ainda a sua preocupação com o feminicídio crescente no Brasil e afirma que o assassinato de mulheres representa uma violação ao direito de luta em igualdade de armas relacionadas ao gênero.