A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Rondônia (OAB/RO) esteve em Vilhena, na última segunda-feira (17), fazendo o acompanhamento do caso da criança indígena Ednéia Wasusu, da etnia Nambikuara. No início de 2018, a criança foi internada no Hospital Regional de Vilhena, com um quadro de infecção na boca. Naquela ocasião, foram encontrados centenas de vermes (larvas) de mosca em sua boca, que já estavam migrando para o intestino da criança.
“A Seccional cumpre o seu papel institucional de garantir a prevalência dos direitos humanos. Creio que devemos cobrar medidas efetivas para melhorar a situação de cidadãos que passam por sérias dificuldades. E não só cobrar, como agir, assim como foi feito nessa situação da criança indígena”, ressalta o presidente da OAB/RO, Andrey Cavalcante.
O presidente da comissão, Esequiel Roque do Espírito Santo, junto com o representante dos direitos humanos da Subseção de Vilhena, Felipe Parro Jaquier, esteve na época realizando várias reuniões com o secretário de Saúde de Vilhena, Ministério Público Federal, Funai, Dsei e outros órgãos. A finalidade foi a de buscar providências e melhorar o atendimento e acompanhamento da criança indígena.
Após muitos esforços de todos os envolvidos, a criança foi salva e está novamente saudável, morando na sede da Casai em Vilhena, onde recebe um atendimento personalizado e com os cuidados especiais que merece.
“Verificamos, na visita, que muitas das reinvindicações que levantamos com a equipe técnica da Casai em Vilhena, onde houve o triste episódio, foram atendidas e hoje a estrutura física de equipamentos e pessoal melhorou enormemente. Porém, estamos preocupados com uma nova decisão da Sesai, em Brasília (DF), e do Dsei, de Cacoal e Cuiabá (MT), que optaram pela transferência de todos os indígenas que são do Mato Grosso novamente para esse estado”, frisou Esequiel.
Conforme Esequiel, hoje, a Casai recebe indígenas de toda a região do Cone Sul e parte dos indígenas do Noroeste do Mato Grosso. Agora, somente receberão os indígenas de Rondônia, o que não está agradando a muitos indígenas que preferem o atendimento em Vilhena.
O presidente da comissão de direitos humanos da OAB/RO alerta ainda que o problema está no caso específico da criança indígena Ednéia Wasusu. “Isso, em razão do seu estado de saúde delicado e da necessidade de cuidados especiais. Ela necessita de um atendimento especializado e uma estrutura apropriada para garantir-lhe a qualidade de vida e segurança. Por isso, estamos trabalhando junto às autoridades para buscarmos uma solução que leve em conta o melhor interesse da criança indígena e que seja possível para os dois lados”, explicou Esequiel.