O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, divulgou neste sábado uma nota em que cobra ação do governo federal na fronteira de Roraima com a Venezuela, após ataques contra imigrantes na cidade de Pacaraima. Cerca de 2 mil brasileiros que moram no município queimaram e destruíram barracas e pertences de imigrantes abrigados em calçadas e terrenos baldios.
No texto, Lamachia afirma que o “o problema vem se agravando pela inoperância das autoridades” e que cabe ao governo federal uma “atuação urgente antes que uma tragédia aconteça:
“Está claro que o problema vem se agravando pela inoperância das autoridades ao longo desse episódio. O que era uma questão humanitária agora tem forte conotação de segurança. Os Estados precisam se organizar para receber os venezuelanos e dar um exemplo ao mundo de democracia e solidariedade”, diz a nota.
O presidente da entidade diz ainda que há risco de sobrecarga para o sistema de saúde e de aumento da criminalidade em Roraima.
“É sabido que o estado de Roraima não tem condições de abrigar a todos os imigrantes. Ao longo dos últimos três anos, recebeu mais de 50 mil imigrantes. Calcula-se que atualmente cerca de 800 imigrantes venezuelanos ingressem diariamente, causando uma sobrecarga nos hospitais, tornando ainda mais vulnerável todo o sistema de saúde, além de reflexos no número insuficiente de vagas em escolas e o aumento da criminalidade. O momento é de atenção a todos, por isso é preciso que haja solidariedade federativa para preservar brasileiros e venezuelanos de um agravamento ainda maior do difícil quadro em que se encontram”, conclui.
O presidente Michel Temer convocou uma reunião para a manhã deste domingo para discutir a situação. Na noite deste sábado, o Ministério da Segurança Pública informou que vai enviar efetivo extra da Força Nacional para Pacaraima, de forma a dar apoio à Polícia Federal (PF). Por questões de segurança, a PF decidiu fechar o posto de identificação e recepção na fronteira.