O presidente da Seccional Rondônia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RO), Andrey Cavalcante, ressaltou seu contentamento em receber os 60 novos profissionais da advocacia. “É com grata satisfação que, mais uma vez, tenho a honra de comemorar o ingresso à Ordem dos Advogados do Brasil de um novo grupo de jovens advogados”, disse durante a solenidade realizada na noite de segunda-feira (27), no auditório da entidade.
Cavalcante os declarou vitoriosos ao prestarem o juramento e receber as credenciais da OAB. “Merecem pleno direito ao aplauso de todos os que os recebem nesta Casa. E da sociedade em geral, beneficiada com a abertura de novos caminhos para o pleno acesso à Justiça”, afirmou.
O presidente ainda falou que todos os membros do Sistema OAB Rondônia se rejubilaram por receber os novos profissionais. “Isso, como um tributo prestado à sua audácia de romper com a ortodoxia que, em sentido amplo, reduz o indivíduo à estagnação e ao imobilismo determinados pelo medo de errar. E à sua coragem de superar a verdadeira cultura do medo que impera em nossos dias para adotar a ortopraxia, não apenas aquela religiosa, mas a que conduz à aplicação dos conhecimentos adquiridos na busca de resultados práticos”, destacou Cavalcante.
Veja o discurso de Andrey Cavalcante na íntegra:
É com grata satisfação que, mais uma vez, tenho a honra de comemorar o ingresso à Ordem dos Advogados do Brasil de um novo grupo de jovens advogados.
E declarar vitoriosos cada um e cada uma que aqui prestam juramento e recebem as credenciais da OAB, com pleno direito ao aplauso de todos os que os recebem nesta Casa. E da sociedade em geral, beneficiada com a abertura de novos caminhos para o pleno acesso à Justiça.
Rejubilamo-nos todos por recebê-los aqui, como um tributo prestado à sua audácia de romper com a ortodoxia que, em sentido amplo, reduz o indivíduo à estagnação e ao imobilismo determinados pelo medo de errar.
E à sua coragem de superar a verdadeira cultura do medo que impera em nossos dias para adotar a ortopraxia, não apenas aquela religiosa, mas a que conduz à aplicação dos conhecimentos adquiridos na busca de resultados práticos.
É preciso decisão e atitude para optar por linhas de ação concretas, passar para a outra margem.
É preciso viver o presente, não apenas como reprodução do passado, mas com o enfrentamento dos desafios que nos estão reservados pelo futuro.
Para isso são fundamentalmente necessárias coragem e audácia. Coragem e audácia, como antídoto contra o medo.
Vivemos, hoje, num mundo amordaçado pela cultura do medo. Medo de perder o emprego, o medo de não encontrar um novo emprego. O medo de errar, o medo de estar na direção do dedo apontado, o medo de não ser aceito pela sociedade, o medo do comentário e da crítica, o medo de ficar paralisado e recear existir.
Estamos permanentemente assombrados pelo medo das implacáveis redes sociais, com a agressividade, leviandade e fakes que por elas trafegam com desenvoltura insuportável.
E, principalmente, o medo contraditório da solidão, pois que é o próprio medo que a ela nos conduz. Se sozinhos podemos chegar mais rápido, acompanhados chegaremos mais longe, advertem os filósofos.
Uma situação que Newton bem apontou ao dizer que “Se eu vi mais longe foi por estar de pé nos ombros de gigantes”.
“Ninguém chega a lado nenhum sozinho. Desenganem-se”.
Qualquer mudança aponta na direção do desconhecido. E embute o risco do erro. E é aí que aumentam as resistências. A base está no medo. O receio de errar se estende para o receio de fazer e o receio de ousar. Isso leva a inibições e burocracias estéreis.
“Errare humanun est”, já advertia Santo Agostinho, sem, contudo, considerar que ninguém está a salvo do saque de dedo rápido para apontar, a mordacidade da crítica, mesmo quando disfarçada de palavras de consolo, que apenas pioram a situação.
Raphael Boldt, em Criminologia midiática, diz que “Tema central do século XXI, o medo se tornou base de aceitação popular de medidas repressivas penais inconstitucionais, uma vez que a sensação do medo possibilita a justificação de práticas contrárias aos direitos e liberdades individuais, desde que mitiguem as causas do próprio medo.
Posso afirmar, sem medo de errar, que cada um dos senhores, em algum momento de sua vitoriosa caminhada em direção à conquista que hoje comemoramos aqui, se viu tomado pelo desassossego, dúvidas e inquietações, que nada mais são do que alguns dos múltiplos disfarces do medo.
Estou certo de que pelo menos alguns dos senhores já se viu frustrado com resultados negativos até que o sucesso os trouxesse até aqui.
Posso assegurar que somente a pertinácia, a perseverança, a tenacidade e a obstinação os conduziram ao sucesso. Seu destino está claramente delineado na direção do sucesso profissional, não importa por quais rumos possam optar. Já disse aqui outras vezes que o caminho do sucesso é exatamente o mesmo pelo qual seguiram para vir aqui.
Basta seguir por ele.
É preciso esclarecer que audácia não é ignorar o medo. A isso se chama loucura. A audácia é aquilo que nos torna capazes de conhecer o medo e enfrentá-lo com coragem. A audácia é o que nos pode fazer errar e tentar de novo.
E de novo, quantas vezes forem necessárias para atravessar as águas revoltas do rio da vida e chegar ao outro lado.
Seu vôo, contudo, não terá sempre – podem estar certos – céu de brigadeiro. Mas será acompanhado – e orientado – por uma entidade com a credibilidade, respeito e sustentação institucional da OAB.
E com os direitos constitucionalmente estabelecidos às prerrogativas dos advogados.
“É preciso ter coragem para escolher o risco de ser advogado. “A advocacia é a profissão permeada pela coragem, todos os dias. É preciso ter coragem para escolher um caminho que nem sempre é o mais fácil ou o mais simples. Mas tenho a certeza plena que nada lhes será mais prazeroso ou trará mais alegrias do que a advocacia”.
Posso assegurar, por fim, que o vigor demonstrado por cada um dos senhores no esforço para superar dificuldades e conquistar seu espaço em nosso meio irá contribuir para ainda maior fortalecimento da OAB, especialmente nesse momento de dificuldades que o País atravessa.
A OAB está permanentemente mobilizada em defesa da constituição, das leis e dos ideais democráticos. É o nosso compromisso histórico. É o que o país espera de nós.
Encerro, citando TRIBUTO AO TEMPO, Dalai Lama:
“Dizem que a vida é curta, mas não é verdade. A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades. E essa tal felicidade anda por aí, disfarçada, como uma criança que brinca às escondidas.
Infelizmente, às vezes, não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando nãos: a viagem que não fizemos, o presente que não demos, a festa à qual não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos…
A vida é mais emocionante quando se é ator e não espectador, quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria!
E como ela é feita de instantes, não pode e nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos”.
Esta mensagem é um tributo ao tempo.
Tanto àquele tempo que soubeste aproveitar no passado quanto àquele tempo que não vais desperdiçar no futuro.
Porque a vida é agora!
“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um chama-se ontem e o outro amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.”
Sejam todos muito bem-vindos.